Após redemocratização, Senado passou a refletir diversidade social do Brasil — Senado Notícias
Um estudo dos cientistas políticos Pedro Neiva e Maurício Izumi publicado em 2014 na Revista Brasileira de Ciências Sociais mostrou que, de fato, o Senado se tornou uma instituição menos elitista na Nova República (1985-hoje). Para chegar a essa conclusão, eles analisaram a ocupação dos senadores.
Quando o Senado foi inaugurado, em 1826, todos os seus 49 parlamentares exerciam as profissões mais privilegiadas do Brasil imperial. Eles eram, basicamente, juízes, advogados, oficiais militares, padres, fazendeiros e médicos.
Além disso, quase a metade deles ostentava algum título de nobreza, como o de barão.
A pesquisa mostra que a proporção de juízes caiu gradativamente ao longo destes 200 anos. A de proprietários rurais e a de militares graduados também.
Eram militares, por exemplo, os senadores Duque de Caxias e Jarbas Passarinho. No Segundo Reinado (1840-1889), Caxias foi chefe das tropas na Guerra do Paraguai e também primeiro-ministro do Império. Passarinho, por sua vez, foi ministro na ditadura militar e no início da Nova República.
Ao mesmo tempo, segundo o estudo, houve nestes 200 anos um aumento da presença de empresários urbanos e da categoria “outros”, em que se incluem profissões as mais diversas, como as de policial, bancário, economista, assistente social e trabalhador manual.