Morto há 20 anos, Brizola liderou resistência armada e evitou golpe militar em 1961 — Senado Notícias

Morto há 20 anos, Brizola liderou resistência armada e evitou golpe militar em 1961 — Senado Notícias


Ao longo das décadas de 1980 e 1990, Brizola disputou com Luiz Inácio Lula da Silva o posto de principal líder da esquerda no Brasil.

O senador Jaison Barreto (MDB-SC) avaliou em 1979, pouco antes da fundação do PT e do PDT, que Brizola e Lula deveriam aderir ao MDB, prestes a ser transformado em PMDB, em vez de criar seus próprios partidos:

— Tanto Lula quanto Brizola parecem estar se deixando envolver por uma propaganda oficial que se dirige a incutir-lhes um falso sentimento de predestinação. Estamos absolutamente certos de que tanto Lula quanto Brizola se debruçarão com interesse sobre nossas ponderações, feitas com o interesse sincero de servir à nacionalidade. O MDB tem o anseio de acolhê-los em suas fileiras.

Como governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola apoiou a campanha para que as eleições presidenciais fossem diretas. Em 1983, ele esteve no Congresso Nacional, onde tentou convencer os senadores e deputados a aprovar a Emenda Dante de Oliveira (que acabaria não prosperando). O governador argumentou:

— Às vezes imagino que, se chegarmos à desgraça de o tal colégio eleitoral eleger um novo presidente, será um presidente, primeiro, sem legitimidade e, segundo, politicamente débil, fraco, sem sustentação, eleito por uma parte do partido oficial [PDS], que já é minoria nacional. Sendo um presidente civil, teríamos a impressão de que a sociedade estaria recuperando o poder de decidir. Isso não seria verdadeiro. Estou persuadido de que esse seria o caminho mais imediato para um reintervencionismo militar e autoritário.

Na primeira eleição direta para presidente da República depois da ditadura, em 1989, o político gaúcho chegou a figurar nas pesquisas de intenção de voto como franco favorito. O senador Mário Maia (PDT-AC) comemorou:

— Hoje, no Brasil, ninguém simboliza o movimento popular melhor que Brizola. O povo o identifica como o legítimo e único sucessor de Getúlio Vargas e de Jango. Brizola representa a retomada dos caminhos percorridos por eles e interrompidos pelo golpe de 1964.

O senador João Menezes (PFL-PA), ao contrário, ficou intranquilo:

— Temos, de um lado, a extrema esquerda, com Lula e com Brizola, e de outro, a extrema direita, com o lançamento da candidatura de Ronaldo Caiado. Precisamos encontrar um candidato que represente a garantia da família e, ao mesmo tempo, a garantia do trabalhador do campo, e fazer dele a bandeira que vai ser um impacto contra a extrema esquerda e a extrema direita. Caso contrário, não teremos bons resultados.

Brizola acabou chegando em terceiro lugar, perdendo para Lula, por uma diferença mínima de votos, o direito de ir ao segundo turno com Fernando Collor de Mello.

Em 1994, buscou a Presidência da República novamente. Acabou em quinto lugar. Em 1998, decidiu aliar-se ao antigo adversário e lançou-se candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula. Também não venceu. Fernando Henrique Cardoso ganhou as duas disputas.



Fonte: www12.senado.leg.br

Jornal Cometa

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